11 setembro 2008

Coisas de cuecas em:
"A touca virtual"


Que eles raramente ligam no dia seguinte, a gente já sabia. Que eles dão um “perdido” no melhor da festa, com medo de “compromisso”, também. Mas uma touca virtual... é muita paranóia! Aí vai a história, baseada em fatos reais:

Tenho um amigo gringo que sempre achei interessante, mas por conta das “disponibilidades”, nunca rolou de tirar uma casquinha. Na loucura do dia a dia não nos falávamos há quase um ano, até que recentemente nos reencontramos na internet: eu aqui, ele lá. Vamos chamá-lo de “George”.

“Como está por aí?”, “O que tem feito?”, “Trabalhando muito?” bla bla bla... Fomos nos atualizando aos poucos, até o dia em que a curiosidade mútua nos levou àquela questão básica: “Tá saindo com alguém?”. “Não.” “Nem eu.” Então começou o “joguinho”, via MSN:

- Não tenho encontrado ninguém que valha a pena...
- É porque você ta no lugar errado, não conhece os homens daqui... Somos diferentes!
- É mesmo? To curiosa...

O xaveco rendeu váááárias tecladas. Mas o que agora coincidia em timming, não coincidia em espaço: estávamos a milhares de kilômetros de distância...

- Você devia vir pra cá! Já teria onde ficar!
- Nem me fale! Por que tinha que ser tão longe??? Se pudesse, eu iria...

Foi batendo uma vontade...

- Eu te ajudo a comprar a passagem!
- Ah, se fosse fácil assim... já estaria aí!
- Então vem!

Até que um belo dia George se conectou e me chamou pra uma conversa de vídeo. A expressão que ele tinha no rosto entregava suas intenções... Não resistimos... O papo começou a esquentar, esquentar... pegou fogo por horas e horas na madrugada, foi muito além do que eu podia imaginar! Lá pelas tantas desligamos, já era quase dia.

No dia seguinte, ao ligar o computador, vi que ele estava online. Mantendo os hábitos, começamos um chat. Pra minha surpresa, aquele meu amigo querido (e “caliente”, segundo minha recente descoberta) virou, da noite pro dia, outra pessoa, completamente blasé, um belo balde de água fria. Depois disso, não tive mais notícias, nunca mais se conectou.

É... realmente as tecladas dele foram tããããão irresistíveis que estava mesmo pensando em perseguí-lo via cabo... Fala sério, touca pela internet, e a milhares de kilômetros de distância... isso é que é paranóia! Tem que se tratar!

Um comentário:

Unknown disse...

Adorei!!!!!Na verdade adorei a narrativa, mas detestei perceber que "touca virtual" está muito mais comum do que o "te ligo amanha com certeza" dito ao vivo por um homem ...
Fiquei pensando se talvez a distância física e emocional que o mundo virtual oferece, somente facilite os "cafas" mostrarem quem sao mais rapidamente... se for assim, melhor para nós... gastaremos menos tempo com homens desnecessários, nao? rs